Entrevista da Luiza Possi para IG

27 setembro 2010

iG: Quando você começou a pensar nesse novo CD?

LP: Comecei a compor para esse disco em fevereiro do ano passado, em parceria com Dudu Falcão. Das 13 músicas, seis são de minha autoria. Eu queria um conceito MPB, me aproximando mais da minha juventude. Acho que era hora de voltar a me aproximar dela, antes que ela termine de vez.


iG: Aos 25 anos, não é cedo para ter esse tipo de preocupação?

LP: Mas não me sinto assim. Componho desde os 13, na verdade desde os 6 anos... Sempre fui muito precoce. Aos 25 anos, já tenho 7 de carreira. Morro de medo de envelhecer, mas não de morrer. Cada vez que olho para o lado, vejo a velhice chegando. É tão triste ficar velho e passar por coisas difíceis. Não acho justo passar por doenças da velhice... Vejo isso pelos meus avós. A juventude é tão bonita.


iG: Com quantos anos você saiu de casa?

LP: Sai aos 21 anos, de vez, da casa da minha mãe. Já queria há um bom tempo, foi importante. Me saio bem sozinha, sou uma boa dona de casa. Gosto de cozinhar para as visitas. Minha especialidade é fazer bacalhau, frango com purê e alecrim, macarrão... Só não pego no pesado, não gosto de faxina.


iG: Foi uma jovem rebelde?

LP: Fui mais uma criança problemática. Fui muito precoce, querendo vir morar no Rio aos 9, 10 anos. Não fui levada, mas saía escondida para as festas. Queria crescer de qualquer jeito, queria liberdade. Era ciumenta, não deixava minha mãe namorar ninguém. Aos 12 anos, comecei a me tornar uma pessoa bacana. Quando fiz 18 anos foi o dia mais feliz da minha vida. Aí conquistei minha liberdade.


iG: Você teve uma educação controladora?

LP: Não é isso. Era liberdade no sentindo de sair de perto da mãe, fazer tudo sozinha. Sempre fui de escolher com quem ia falar, o que iria comer, o que vestir, que horas acordar... Ninguém me pressionava. Eu tomava banho cantando. Minha mãe, do outro lado da porta, ficava ouvindo e achando que eu já cantava bem.


iG: Foi ela quem te impulsionou para a carreira artística?

LP: Não tanto, foi natural. Quando saí para gravar pela primeira vez, lembro dela na porta me falando “espera um pouco”. Achei que ela queria que eu almoçasse primeiro. Mas não. Ela falou “espera mais uns três anos”. Eu fui assim mesmo, feliz da vida.


iG: Com mãe cantora e pai produtor musical, fica mais fácil conseguir espaço para o seu trabalho, não concorda?

LP: Pelo contrário. Tive que mostrar a eles do era capaz. Nunca me deixavam gravar mais que uma ou duas músicas minhas. Daí comecei a falar que minhas letras eram de outras pessoas, até ganhar credibilidade. Com que segurança uma menina de 16 anos iria lá colocar sua música para gravar? É difícil.



iG: O nome do novo CD é “Bons Ventos Sempre Chegam”. O que você quer que os “bons ventos” tragam à sua vida?

LP: Nossa! Na verdade, quero que os bons ventos me levem para bons lugares, para boas pessoas, para boas melodias. Essa frase é para falar que não adianta ficar contando com o que vem de fora, vou em busca do que quero. Otimismo não vem de graça.


iG: Qual é o lado bom e o lado ruim da fama?

LP: O bom é o reconhecimento do meu trabalho, ver que tem eco o que faço. O lado ruim é que não posso ser eu mesma o tempo todo. Tem vigília em tudo que é lugar, preciso dar satisfação de coisas que ainda nem vivi, decidir relações com as pessoas, antes mesmo de vivê-las.


iG: Isso deve ter se tornado mais intenso com o fim do seu casamento com Pedro Neschling, não?

LP: Com certeza. Nessa fase solteira, estou vivendo isso direto. Fui casada por seis anos e meio com Nelsinho Rubens, depois três anos com Pedro. Agora virei a solteirinha da vez. Vem a assessora me cobrar: “E aí, com quem você está? Preciso falar para o povo”... Como assim? risos. Não, não precisa falar nada. Não detalho mais minha vida.


iG: Esse CD foi feito quando você ainda morava com o Pedro. Tem alguma música dedicada a ele?

LP: Não compus nada pensando no Pedro. Mas ele me deu muita força nesse disco, é verdade. Ele é da minha família, continuamos amigos. Minha relação com ele é assim, vou morrer sendo família com ele.


iG: Por que vocês terminaram?

LP: Ah, não... Prefiro não comentar sobre isso, por favor fazendo bico.


iG: Como está esta fase solteira?

LP: Olha, tenho composto muito. Só esse ano, fiz sozinha umas nove músicas. De abril para cá, mesmo com agenda cheia. Nunca tive espaço, liberdade e coragem para ir me colocando. É um novo momento em minha vid


iG: Comentou-se na mídia que você estaria tendo um affair com Maria Gadú. Isso é verdade?

LP: Imagina! Esse tipo de coisa me incomoda como incomoda se fosse sobre qualquer outra pessoa. É muito chato você ter que falar quem está pegando ou não. A Maria é minha amigona. E isso realmente não é da conta das pessoas. Isso é muito ruim, é chato. Continua perguntando da minha mãe, é melhor de responder risos


iG: Posaria nua?

LP: Não, só por dois milhões de dólares e com contrato vitalício para ganhar uma boa fortuna por mês risos. Não sou contra quem posa, mas tenho coisas mais interessantes para mostrar do que o meu corpo. Já me sondaram, mas nem quis pensar.

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